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LAVANDO A ALMA
Era uma sexta-feira comum. Refletindo sobre como o mundo está envolto em vibratórias doentias e desequilibradoras, decido que devo cuidar um pouco do meu corpo e da minha alma. Devia ser umas 15 horas quando firmei uma vela ao meu anjo da guarda e acendi um incenso, criando assim um ambiente favorável ao meu relaxamento e conexão com a espiritualidade.
Colhi algumas ervas, juntei com sal grosso e coloque tudo numa bacia grande. Sobre este preparado, depositei delicadamente algumas pedras de proteção e fiz um escalda pés.
Sentindo a conexão espiritual se estreitar, fiz uma prece simples e singela aos que os meus guias pedindo que limpassem e equilibrassem o meu espírito e a minha alma.
Foi maravilhoso! Ao fechar meus olhos, meu mental foi desdobrado do meu corpo encarnado e pude ver a mim mesma andando com os pés descalços em um gramado verde no plano espirital. Vestia roupas brancas e leves, diferente das que eu vestia enquanto orava. Era como se eu estivesse vendo uma cena de liberdade da alma em um filme onde eu mesma estrelava!
Sorria enquanto caminhava, apreciando a natureza, as flores, e um riacho que descobri ao observar à minha volta. Sentindo o sol bater em meu corpo e aquecer o meu espírito, deito na grama. Me sinto feliz, em paz. Desfruto da minha própria companhia e meu coração transborda felicidade.
Em meus pensamentos, reflito sobre a vida encarnada que não está sendo fácil e logo me pego desejando genuinamente sentir na vida encarnada tudo aquilo que via naquele momento no mundo espiritual.
É então que ouço uma voz doce e fina. Era uma senhora que carregava em sua voz as marcas do tempo. Ela então me convida para irmos para outro lugar. Caminhamos por uma estrada de terra, também repleta de natureza exuberante, até que encontramos uma casa simples de madeira.
Entro na casa e me deparo com outra senhora, cabelos brancos, sentada em um banquinho de madeira e segurando uma vela branca acesa ao lado e uma xícara de café que estava sobre a mesa. Então a senhora macera algumas ervas dentro de uma bacia com água, exalando um cheiro bom e me fazendo sentir acolhida e protegida naquele ambiente.
Uma vez maceradas as ervas, a senhora gentilmente me diz: “Minha filha, venha até aqui. Entre neste quarto, deite e feche os olhos.”. Ela então mergulha panos brancos na bacia, um por vez, e estende sobre meu corpo cobrindo-o por completo. Pegando algumas ervas na mão, ela mergulha em um copo com água e sal e me benze.
Naquele cenário, entro então em sono profundo e retorno completamente ao meu corpo encarnado, ainda escutando a senhora benzedeira a sorrir, me chamar por filha e explicar que não havia limpado meu corpo, mas sim a minha alma.
Ainda não sei se foi o preparo do meu escalda pés que trouxe a benzedeira até mim ou se foi a benzedeira que trouxe a ideia do escalda pés. Só sei que foi uma experiência incrível.
Curitiba, 10 de abri de 2020.