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Uma prática comum aos frequentadores de terreiros é o ato de bater a cabeça. É usado como demonstração de respeito aos Orixás e aos Guias chefes da casa. O mesmo também é feito com relação a pais e mães de santo e elementos fundamentais do terreiro como o peji, a curimba, a ganga e o assentamento de meio da casa. Em geral, bate-se a cabeça sobre o pano de cabeça do pai de santo ou do próprio filho de santo se este já tiver realizado o fundamento do Amaci.
Equivalente ao bate cabeça é o cumprimento usado na Umbanda, também como forma de demonstração de respeito já citadas, no qual se bate com o dedo médio três vezes no solo e depois três vezes na cabeça, nas posições: frontal (meio da testa), lateral (acima da orelha) e posterior (nuca, na base do crânio).
Em algumas casas, os três toques ao solo são feitos na forma de um triângulo, símbolo representativo da tríade de Umbanda que são os caboclos, pretos velhos e crianças. Também existem variações com relação ao dedo que toca o solo, sendo por vezes o indicador ou o anelar. Eu aprendi a tocar o solo com o dedo médio em respeito aos pretos velhos, que usam este dedo por conta da dificuldade em se abaixar e que, por este fato, usam o dedo médio por ser mais longo facilitando chegar ao solo para tocá-lo.
Os três toques representam a saudação ao corpo (corpo material), mente (corpo espiritual) e espírito (princípio inteligente, fundamental do ser), dádivas concedidas por Deus ao ser humano. Estas dádivas são igualmente representadas dentro da Umbanda pelos caboclos, pretos velhos e crianças que por sua vez representam também a vida, a sabedoria e a pureza.